primeiro ato: ALEATORIEDADES

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Anoitecemos. Você ainda tentou estabilizar o tripé manco e focar algum sorriso.  Não havia mais luz. Nem lua. Nada. Apagamos. Bocas vazias inundaram a praia pela manhã, feito ostras abertas. Há tanta areia entre nossos corpos.  Você machucou o pé num pedaço de osso que roí e joguei debaixo da sua cama. Eu sempre quis te ver sangrar. Escorrer vermelho entre dedos e dentes. Você me desmontou. Era tarde demais quando o último parafuso não encaixava. Eu queria dormir. Você queria terminar.  Habitávamos cidades opostas.  Ontem a noite voltei para casa só porque seus sapatos estavam nos meus pés. Você sempre soube voltar para casa. Eu sempre me perdia. Por que você lembrou de mim no dia do seu casamento?

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